Sem
querer entrar na semantica se é ou não primeira vez que um deputado deficiente
toma posse na Assembleia da Republica em Moçambique, vejo a menssagem apresentada
pela STV sobre essa tomada de posse como uma Advocacia. Isto porque, a tomada
de posse aconteceu e poderia ter acontecido em qualquer sala, ou mesmo no átrio
da AR, mas a tomada do assento por parte do deputado terá que acontecer na
plenária e, parece qua esta (Plenaria da AR) não esta preparada para receber um
deputado ou visitante cadeirante, independentemente de que partido seja. A
questao é a mobilidade da pessoa em pé de igualdade dos outros deputados e
fazendo o que outros deputados fazem nornalmente. Se os outros deputados, falam
no podio, este deputado quando pedir a palavra, devera tambem se deslocar ao
pódio para proferir o seu descuro. E, se a cadeira de roda não lhe permetir
isso, entao a AR como edificio ou instituição, estará a discriminar o referido
deputado. Deficiencia não é doença, e ser eleito, é a unica condição
constitucionalmente exigida para estar naquele pódio e, se qualquer deputado
for eleito, mas não pode se movimentar ao podio e, é obrigado a falar de onde
esta quando os outros vão ao podio, estaremos a violar os seus direitos
constitucionais e a desrespeitar, a todos os cidadao que confiaram o seu
mandato nesse tal cidadao. Vencido o debate se um certo partido partido politico aceitava ou não os resultados
eleitoras de 15 de Outubro de 2014 que condicionava a tomada de posse a razoes
que nada tinham a ver con a Deficiancia, que ameçavam dividir o país, agora vem
ao nu os problemas reais que qualquer deficiente enfrenta, independentemente da
sua cor partidaria.
É certo que
não é a primeira vez que temos um deputado deficiente na Assembleia da
Republica. Todavia, ha muitos Moçambicanos que não sabem que o Dr Ezau Meneses
é cego pelas fotos ou imagens da TV. De certeza, que existem muitos outros
deputados ou governantes que teem deficiencias não visiveis e não servem como
imagem para convencer aos leigos das necessidades dos deficientes. Existem
muitos mocambicanos que não sabem que nos países desenvolvidos, os cegos e
surdos vão ao cinema, cozinham e vivem sozinhos. Em Mocambique, quando se é cego,
precisa retirar uma criança da escola para segurar a benguela para ajudar o
cego se locomover. Ha muitos mocambicanos, incluindo profissionais de saúde, medicos
e intrutores de viação que não sabem que os surdos já conduzem no Brasil,
Africa do Sul, Portugal, Estados Unidos ou Inglaterra. Nestes países, os surdos
conduzem, não porque são mais inteligentes do que os surdos Moçambicanos, mas
simplemente porque essas sociedades olham os surdos de maneira diferente. As
leis desses países, foram alteradas e deixaram de ser paternalistas, e olham a
pessoa surda, de maneira empoderante. Esses países, olham a surdez, e qualquer
outra deficiencia, criada pelo meio ou contexto onde a pessoa, esta e não a deformidade
biológica (ou deficiencia física, motora, psicológica ou intelectua). Há países
onde os surdos ainda não conduzem como a Zambia, Zimbabwe ou Kenya e não sei se
como país, Moçambique escolhe seguir estes países ou ser mais progressista e
seguir os mais avançados na area da deficiencia? Porque nesta aldeia global há
de tudos, deste o Zimbabwe, Botswana, Estados Unidos ou Irlanda que ainda nao
aprovaram a Convenção da Nações Unidas para os Direitos da Pessoa Portadora da
deficiencia (UNCRPD em Ingles). Mas, mesmo sem aprovar a Conveção UNCRPD, ja
permitem os surdos a conduzirem. Ha casos mais extremistas, como os o dos
cincos estados dos EUA-USA que deram licença porte arma para os cegos. Essa
decisão se baseia na aplicação dos direitos iguais para todos. Se o Second
ammendment, que permite o direito de comprar armas para auto-defesa nos USA-EUA
é importante para todo o americano, entao o mesmo nao deve ser restringido aos
cegos porque nao. Estes, como cegos têm o direito de auto-defesa tambem. Mesmo,
porque, na guerra actual dos drones, não precisa necessariamente, ter pernas
para ir no campo da batalha, nem estar no Medio-Oriente, para dirigir um drone
que mata um pseudo-terrorista. É possivel fazer isso sentado numa cadeira de
rodas na California. O mesmo se aplica, aos novos carros, que parqueam
sozinhos, ou os carros da google, que se conduzem sozinhos, irao permetir um
cego, ter carro. Ter carro, nao vai equivaler, ter vizualização da estrada como
agora. Mas, estas são outras discussões poerque as nossas são bem basicas. Senão
vejamos, como é que a bengala branca utilizada por cegos nos países
desenvolvidos para viverem de forma independnete (independente living) para
tactear o seu caminho, poderia circular numa cidade como Maputo ou no
Xipamanine, com os passeios esburacados, sem passadeiras devidamente marcadas
ou com semáforos sem som que podessem informar ao cego que a passadeira abriu
para o peão? Estes são os avanços que temos que como país devemos investir (estão
lá no manifesto eleitoral do Presidente Filçipe Nyusi), para que a inclusão
seja realidade e possamos dizer que a independência chegou para todos os
mocambicanos, independemente da sua condição social ou biológica.
No
fundo, paara mim a questao é PARA QUANDO UM CADEIRANTE OU DEFICIENCIENTE
NOMEADO COMO MINISTRO? Sim nomeado como Ministro da Defesa por exemplo? Será que não existem Militares que foram
desmobilizados ou estão na reserva por causa da deficiência que poderiam ser
nomeados Ministros da Defesa? Existem muitos deficientes como competência em
varias área que são relegados para o segundo plano ou tratados como cidadao da
segunda ou incapazes, somente por causa da sua deficiencia. Também não sou a
favor de nomeação de deficientes só porque são deficientes, mas talvez a questão
de QUOTAS PARA DEFICIENTES seja necessario, não só nos Órgãos Legislativos
(Assembleia da Republica; Assembleias Provinciasç Assembleias Municipaisç
Parlamento Juvenil, etc.) como acontece com as Mulheres. Afinal, cerca de 15%
da populaçãoo Mocambicana é deficientes e devem estar representados nos
processos de tomada de decisão. A questao é que como país, devemos passar da
fase em que as familias escondem os deficientes, por vergolha ou explicacoes
que é resultado do feitico ou punicao de DEUS, para uma fase onde reconhecemos
que é o meio que o desempodera. Na Africa do Sul, a Ministra da Mulher é Cega e
nem por isso lhe impediu de ser nomeada para o cargo. Na Africa do Sul, as
sessões do Parlamento são traduzidas em Lingua de Sinais para se reforçar a
questão de Inclusão. Na Inglaterra, todas as TVs são obrigadas a terem
teletextos onde os surdos podem seguir o que o locutor de TV fala. Tudo isto é
em nome da Inclusão. E porque não em Moçambiqu?
Outra
seria uma pergunta aos arquitectos que reabilitaram a actual CASA DO POVO (Assembleia
da República), se não estou enganado em 1994/5, quando as sessões passaram a
ter lugar na antiga Casa Militar. Porque não colocaram rampas nessa altura?
Sera que não anteviam que um dia um cadeirante poderia ser deputado ou
President da AR? Não fui ao actual Gabinete de Trabalho da Presidencia da
Republica, mas será que um cadeirante se locomoveria lá sem problemas? A futura
AR a ser construida na Catembe, será que será mais acessivel aos cadeirantes?
Para os que falam da acessibilidade, gostaria de saber se a AR, produzia textos
em Braille para o Dr Ezau Meneses? Porque a AR não faz tradução em língua de
sinais durante as sessões? Sera que não existe um surdo entre os deputados ou
visitantes que se beneficiariam com essa traduçao? Porque a TVM, STV, TIM, e
outras TVs em Moçambique nao traduzem os seus programas em Línguas de Sinais?
Ou porque não activam os teletextos para melhorar a acessibilidade aos surdos?
Será porque estao a utilizar equipamento diferente da BBC ou ITV? Ou é questão
da mentalidade dos seus Gestorem, que tendo a mesma tecnologia de ponta usada
pela BBC ou ITV, acham que os surdos Moçambicanos são analfabetos e não
benefciariam a traduação em Lingua de Sinais? Ou por outra, porque que a TVM,
STV ou TIM, não emprega os surdos ou cegos na sua força laboral? Será que nós os
Moçambicanos não sabemos que os cegos Ingleses e Sula Africanos tem contas no
facebook? Será que nós nao sabemos que os cegos Zambianos e Zimbabweanos tem
emais e utilizam computadores? Porque não criamos meios para a escola dos cegos
e surdos na Beira ter computadores também`? Porque não subsidiar um Professor
na escola especial 1, 2, 3, 4, etc a compra de iPad? Estes professores precisam
de ajuda em technologia para ensinarem as nossas crianças deficientes e o Sr
Presidente Filipe Nyusi deve mudar este estado de coisas que desfavore os
deficientes e a sua inclusao na sociedade. Falando dos Surdos, ainda hoje pergunto porque
aos surdos é-lhes proibido conduzir em Mocambique até hoje? O que é que a falta
da audiçao influencia na condução? Sera que os acidentes de viação que ceifam
vidas em Mocambique hoje, haveria de aumentar se autorizarmos os surdos que
tenham possibilidade de pagar por uma carta de condução, assim o Fazerem? Reparem,
estou a falar de eliminar o impedimento legal ou medico que impede o surdo de
tirar a carta de condução e não isentar os surdos de pagarem para sua carta de
condução, como qualquer outro cidadão Moçambicano.
Porque que não encontramos um Surdo a trabalhar no caixa da SHOPRIGHT, GAME, ou
MICA? Sera porque eles precisam de falar com os produtos ou clientes para
scanarem os produtos ou darem os trocos? Ou é a nossa mentalidade discriminatória
que olha os deficentes incapazes de contribuir na sociedade? Ou porque que a Fundação
DinoFoi teve que mobilizar fundos para pagar a licenciatura da menina Mércia Castela, que não tendo os membros superiors, e fez
a 12ª Classe escrevendo com os pés? Porque não uma bolsa de estudos Estatal
para pessoas com deficiência para ingressar no ensino superior como uma forma
de discriminação positiva? Porque não isenção de direitos aduaneiros para
compra de viaturas para pessoas com deficiencia e tenham dificuldades de
locomoção? Porque dar isenção na importação de viculos somente aos partidos e
deputados e não a pessoas que na realidade precisam de uma viatura para se
deslocarem, quando para outras pessoas é luxo? Embora os dois tenham
deficiencia, uma viatura é uma necessidade para um cedeirante e pode não ser
para um surdo, daí que a isenção nos direitos aduaneiros, deve ser Segundo as
necessidades e generalizada.
Acho
que chegou o momento para olharmos a deficiência para alem das cores
partidarias e admitirmos que qualquer um pode adquirir deficiência. Tanto,
quanto sei, este Sr Deputado que tomou posse no dia 11 de Fevereiro, não estava
no carrinho de rodas a 5 anos atrás, DAÍ QUE O QUE FOR BOM E EMPODERANTE PARA O
DEFIENTE, É BOM PARA TODOS NUMA SOCIEDADE, já vi pessoas não deficentes a
usarem a mais rampa doque escadas na AMODEFA, para um acesso em que pelas
escadas dariam 10 passos e pela rampa fazem trinta passos.