Monday, 2 April 2018

Analisando o "Nada sobre nós, sem nós": Da integração à Inclusão


NADA quer dizer "Nenhum resultado": lei, política pública, programa, serviço, projecto, campanha, financiamento, edificação, aparelho, equipamento, utensílio, sistema, estratégia, benefício etc. Cada um destes resultados se localiza em um dos (ou mais de um dos ou todos os) campos de actividade como, por exemplo, educação, trabalho, saúde, reabilitação, transporte, lazer, recreação, desportos, turismo, cultura, artes, religião.

SOBRE NÓS, ou seja, "a respeito das pessoas com deficiência". Estas pessoas são de qualquer etnia, raça, género, idade, nacionalidade, naturalidade etc., e a deficiência pode ser física, intelectual, visual, auditiva, psicossocial ou múltipla. Segue-se uma vírgula (com função de elipse, uma figura de linguagem que substitui uma locução verbal) que, neste caso, substitui a expressão "haverá de ser gerado".

SEM NÓS, ou seja, "sem a plena participação das próprias pessoas com deficiência". Esta participação, individual ou colectiva, mediante qualquer meio de comunicação, deverá ocorrer em todas as etapas do processo de geração dos resultados acima referidos. As principais etapas são: a elaboração, o refinamento, o acabamento, a implementação, o monitoramento, a avaliação e o contínuo aperfeiçoamento.

Juntando as palavras em negrito, temos: "Nenhum resultado a respeito das pessoas com deficiência haverá de ser gerado sem a plena participação das próprias pessoas com deficiência".
Em outras palavras, as pessoas com deficiência estão dizendo: "Exigimos que tudo que se refira a nós seja produzido com a nossa participação. Por melhores que sejam as intenções das pessoas sem deficiência, dos órgãos públicos, das empresas, das instituições sociais ou da sociedade em geral, não mais aceitamos receber resultados forjados à nossa revelia, mesmo que em nosso benefício."

O lema comunica a ideia de que nenhuma política deveria ser decidida por nenhum representante sem a plena e directa participação dos membros do grupo atingido por essa política. Assim, na essência do lema NADA SOBRE NÓS, SEM NÓS está presente o conceito de PARTICIPAÇÃO PLENA e CIDADANIA das pessoas com deficiência.

Assim são chamados todas as forças vivas da sociedade a serem activistas na causa da deficiência para:

Advogar junto do Governo ou Ministério da Educação para que seja introduzido a Língua de Sinais e Braille Nos Institutos de formação de professores primários. A Língua de Sinais e Braille deve ser ensinada em pé de igualdade ao ensino da língua portuguesa, Inglês, Francês ou qualquer outra língua nacional.

A criança Surda/cega deve frequentar o sistema normal/regular de ensino e não o ensino especial. Isto porque esta criança surda ou cega é um cidadão com os mesmos direitos que qualquer outro. Ele precisa de um modelo orientador da Língua Portuguesa, de ficar exposto ao modelo linguístico nacional, pois é no ambiente dos ouvintes que ele viverá sempre e por isso deve conviver com os ouvintes desde criança. Nunca haverá uma universidade para cegos ou para surdos, por isso não deve existir uma escola primária para cegos ou surdos. Os professores das escolas primárias e secundárias é que devem saber falar e ler língua de sinais e Braille.

Advogar junto ao Governo que autorize a condução de veículos para as pessoas com deficiência auditiva. Aos surdos devem ser permitidos de conduzir em pé de igualdade com outros cidadãos. isto porque, quem tem deficiência auditiva ou surdez, querendo, pode obter a carta de condução, uma vez que o principal sentido exigido para essa prática é a visão. Porém, é necessário que o motorista que não ouve utilize um adesivo no veículo com o símbolo internacional de surdez uma exigência pouco conhecida.

O Uso do símbolo serve para alertar os demais motoristas de que o condutor do veículo é portador de deficiência auditiva, o que gera maior segurança e respeito à condição especial do condutor no trânsito.

Este símbolo deve ser fixado no vidro traseiro do veículo, para informar que qualquer solicitação deve ser feita por meio de jogo de sinas com as luzes no máximo e também pode ser colocado no vidro dianteiro, para facilitar a identificação pela Policia de Trânsito e demais autoridades de trânsito no momento da abordagem.

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