Fico agradado pelo debate suscitado pelo relatório do PNUD sobre o IDH em Moçambique. O bom do debate esta nas diversas formas de ler e interpretar o conteúdo e definição de Desenvolvimento Humano, segundo as convicções e orientações políticas de uns e de outros. Nada de errado há nas duas formas de ler o mesmo relatório, para além do facto dos pobres e marginalizados, nas poderem participar no debate. Refiro-me aos que vivem com menos de $1, ou 30Mts por dia, que duvido que tenham acesso ao Facebook, para fazer ouvir a sua voz.
Para mim, na minha pobre ignorância, por mais que pareça o relatório do PNUD sobre o IDH não tenta comparar países. Ele reporta o desenvolvimento de cada país em separado, só que é publicado num único documento. Existe um sumario executivo, mas este relatório sobre o IDH, não tenta dizer que a pobreza na Guine Bissau é melhor que na Somália, ou o nível da escolaridade no Níger é melhor duque na Nigéria, ou ainda que o conflito no Mali é melhor do que o de DRC Congo ou mais ainda a fome em Nicuoadala é melhor Mavume… fome é fome, não existe nem pior ou melhor fome ... e, se não temos comida e nem recursos de como a conseguir ou forcas para cultivar alimentos, ou ainda azar de não chover, corremos o risco de morrer de fome, ou estender a moa e pedir que tem para nos ajudar. Na mesma anologia, o saudaso Presidente Samora Moises Machel dizia: ...colonialismo é colonialismo, não existe melhor colono... para dizer que Inglês, Português, Espanhol, Francês ou Holandes, foi tudo colonização, e como tal trouxe profundas alterações no desenvolvimento das sociedades colonizadas e, como tal, deve ser o motivo de todas as lutas etnicas e guerras civis em muitos estados falhados de hoje (Guiné Bissau, Costa do Marfim, Liberia, Sudão do Sul, DRC Congo, Republica Centro Africana, Ruwanda, etc.)
Até pela relatividade dos factos reportados pelo relatório do PNUD sobre o IDH, seria ridículo tentar comparar Moçambique com 22 milhões de Habitantes e Guine Bissau com 1.5 milhões ou ainda com os cerca de 1 milhão da Swazilândia. O que quero aqui dizer é que a gestão populacional, assim como a gestão de qualquer família, depende do número e dos recursos disponíveis. Senão vejamos, para um País como Botswana com menos de 1 milhão e com maires jazigos de diamantes do mundo não admira que o seu per-capita seja $16,800 que advém do PIB de $17.64 biliões, enquanto Moçambique, com 22 milhões e a vastidão territorial de mais de 22 maior que o Botswana e um PIB de $14.64 biliões, tenha um per-capita de $1,200. Desnecessário aqui dizer que o per-capita de $1,200, não significa que todo o Moçambicano tenha acesso a $1,200, porque a vida real mostra que há os que tem $20,000 ou $50,000 e há os que não tem nada ou $0 (zero). Essa analogia é aplicável no caso das famílias: Se uma família 5 pessoas (pai, mãe e 3 filhos) ganha o equivalente a 600,000Mts/ano ($20,000/ano), significa que cada membro daquela família teria o equivalente 120,000Mts ou aproximadamente 330Mts/dia para os seus gastos. Esse salario de mais de meio milhão de Meticais ano (600,000Mts), não cai do céu, a pessoa precisa ter formação superior solida e um bom emprego, ou ser um empresário de sucesso ou ainda ser uma artista plástico ou musical de renome nesta nossa terra. Mas se pelo contrário, uma outra família se uma família 5 pessoas (pai, mãe e 3 filhos) ganha o equivalente a 36,000Mts/ano ($1,200/ano), significa que cada membro daquela família teria o equivalente 7,200Mts ou aproximadamente 20Mts/dia para os seus gastos, alimentação, chapa, cadernos, energia, credito, lazer, deve ser coberto por estes rendimentos da família. É desnecessário dizer que se uma terceira família não trabalha, não terá rendimentos e para não morrer de fome ira roubar, prostituir-se, pedir na rua, sei la. E se um membro da família tira esse rendimento da família dos cinco, quer seja na primeira ou segunda família, e vai beber com os amigos, ou dar uma ou um amante, isso significa que o número das pessoas que se distribuí o rendimento aumenta e baixa o valor nominal que cada pessoa da família recebe, a menos que este vai roubar ou desviar fundos da empresa, mas este é outro assim, para outra jornada de discussão. A pergunta para mim é, ao invés de ficarmos a desejar ir viver para Guine ou Cochinchina, sugeria que olhasse-mos só para o nosso umbigo... O melhor seria nos auto perguntarmo-nos, temos mesmo 54% da população, isto é quase 12 milhões de Moçambicanos na linha da pobreza. Será isto verdade que 12 milhões de Moçambicanos, independentemente da sua idade, não têm 30Mts por dia o que corresponderia a 10,950Mts por ano? Se não, então o PNUD mente! Se sim, importa analisar porque isto acontece ou aconteceu (deixando de fora os eternos culpados da nossa desgraça: guerra de desestabilização ou colonialismo, com mais de 20 e 38 anos respetivamente, e claro não vamos esquecer o tempo que passou, mas para um exercício serio e inclusivo, deixemos de lado estes 2 factores).
Sendo verdade, então o que se pode fazer para no(s) próximo(s) ano(s), não sejam 13 milhões a tentar sobreviver na linha da pobreza com menos de 30Mts, mas sejam já 11 ou ainda 10 milhões nessa linha… a mesma analise deve-se fazer sobre quantas crianças estão fora da escola este ano e porque (por vários motivos, que seja porque o pai morreu, o pai abandonou, maus tratos, trafico, professor morreu, tem fome, mãe não trabalha, etc.) e o que se pode fazer para evitar este numero cresça no próximo ano... Digo isto porque toda a criança moçambicana é filha deste país, e se ela continuar fora da escola, ou sem cédula, ou ainda a nascer infectada pelo HIV ou deficiência, vai continuar a colorir negativamente o nosso (Moçambique) IDH… daí o apelo para que cuidemos nós dos nossos pobres e deixemos que a Guine Bissau cuide dos deles, porque a posição no IDH pode ser cega, na forma como coloca os países num mesmo relatório, mas a pobreza que grassa o nosso país Moçambique é real, e não vai mudar por artes magicas ou discursos belicistas ou paternalistas, precisamos fazer algo para que os pobres não afundem o nosso pais como um todo. Hoje os pobres são a maioria e não podemos deixar que continuem a aumentar…
Até pela relatividade dos factos reportados pelo relatório do PNUD sobre o IDH, seria ridículo tentar comparar Moçambique com 22 milhões de Habitantes e Guine Bissau com 1.5 milhões ou ainda com os cerca de 1 milhão da Swazilândia. O que quero aqui dizer é que a gestão populacional, assim como a gestão de qualquer família, depende do número e dos recursos disponíveis. Senão vejamos, para um País como Botswana com menos de 1 milhão e com maires jazigos de diamantes do mundo não admira que o seu per-capita seja $16,800 que advém do PIB de $17.64 biliões, enquanto Moçambique, com 22 milhões e a vastidão territorial de mais de 22 maior que o Botswana e um PIB de $14.64 biliões, tenha um per-capita de $1,200. Desnecessário aqui dizer que o per-capita de $1,200, não significa que todo o Moçambicano tenha acesso a $1,200, porque a vida real mostra que há os que tem $20,000 ou $50,000 e há os que não tem nada ou $0 (zero). Essa analogia é aplicável no caso das famílias: Se uma família 5 pessoas (pai, mãe e 3 filhos) ganha o equivalente a 600,000Mts/ano ($20,000/ano), significa que cada membro daquela família teria o equivalente 120,000Mts ou aproximadamente 330Mts/dia para os seus gastos. Esse salario de mais de meio milhão de Meticais ano (600,000Mts), não cai do céu, a pessoa precisa ter formação superior solida e um bom emprego, ou ser um empresário de sucesso ou ainda ser uma artista plástico ou musical de renome nesta nossa terra. Mas se pelo contrário, uma outra família se uma família 5 pessoas (pai, mãe e 3 filhos) ganha o equivalente a 36,000Mts/ano ($1,200/ano), significa que cada membro daquela família teria o equivalente 7,200Mts ou aproximadamente 20Mts/dia para os seus gastos, alimentação, chapa, cadernos, energia, credito, lazer, deve ser coberto por estes rendimentos da família. É desnecessário dizer que se uma terceira família não trabalha, não terá rendimentos e para não morrer de fome ira roubar, prostituir-se, pedir na rua, sei la. E se um membro da família tira esse rendimento da família dos cinco, quer seja na primeira ou segunda família, e vai beber com os amigos, ou dar uma ou um amante, isso significa que o número das pessoas que se distribuí o rendimento aumenta e baixa o valor nominal que cada pessoa da família recebe, a menos que este vai roubar ou desviar fundos da empresa, mas este é outro assim, para outra jornada de discussão. A pergunta para mim é, ao invés de ficarmos a desejar ir viver para Guine ou Cochinchina, sugeria que olhasse-mos só para o nosso umbigo... O melhor seria nos auto perguntarmo-nos, temos mesmo 54% da população, isto é quase 12 milhões de Moçambicanos na linha da pobreza. Será isto verdade que 12 milhões de Moçambicanos, independentemente da sua idade, não têm 30Mts por dia o que corresponderia a 10,950Mts por ano? Se não, então o PNUD mente! Se sim, importa analisar porque isto acontece ou aconteceu (deixando de fora os eternos culpados da nossa desgraça: guerra de desestabilização ou colonialismo, com mais de 20 e 38 anos respetivamente, e claro não vamos esquecer o tempo que passou, mas para um exercício serio e inclusivo, deixemos de lado estes 2 factores).
Sendo verdade, então o que se pode fazer para no(s) próximo(s) ano(s), não sejam 13 milhões a tentar sobreviver na linha da pobreza com menos de 30Mts, mas sejam já 11 ou ainda 10 milhões nessa linha… a mesma analise deve-se fazer sobre quantas crianças estão fora da escola este ano e porque (por vários motivos, que seja porque o pai morreu, o pai abandonou, maus tratos, trafico, professor morreu, tem fome, mãe não trabalha, etc.) e o que se pode fazer para evitar este numero cresça no próximo ano... Digo isto porque toda a criança moçambicana é filha deste país, e se ela continuar fora da escola, ou sem cédula, ou ainda a nascer infectada pelo HIV ou deficiência, vai continuar a colorir negativamente o nosso (Moçambique) IDH… daí o apelo para que cuidemos nós dos nossos pobres e deixemos que a Guine Bissau cuide dos deles, porque a posição no IDH pode ser cega, na forma como coloca os países num mesmo relatório, mas a pobreza que grassa o nosso país Moçambique é real, e não vai mudar por artes magicas ou discursos belicistas ou paternalistas, precisamos fazer algo para que os pobres não afundem o nosso pais como um todo. Hoje os pobres são a maioria e não podemos deixar que continuem a aumentar…
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