A principal causa dos acidentes de viação em Moçambique não vem só do péssimo estado dos veículos e nem do comportamento suicida dos motorista, mas é causado sobretudo pelo péssimo estado das vias, especialmente a N1.
Estradas Esburacadas são a causa dos acidentes e desgaste das viaturas |
Com o aumento da circulação de pessoas e bens, o tráfego de viaturas aumentou consideravelmente do Rovuma ao Maputo, e a maioria destes veículos fazem mais de 1000Kms por dia. Daí que precisam de andar a 120Kms/hora para chegarem à tempo útil aos seus destinos (tempo é dinheiro).
A largura, em termos de faixas de rodagem, da estrada na N1 em muitas sectores da mesma é de 10 a 12 metros e sem bermas, que a 120Km/hora, torna-se tão apertada que um carro ligeiro cruzando com um camião-cavalo, quase que é projectado para fora da via. A falta bermas que permitam estacionar uma viatura em dificuldades ou "lay bays" em cada 10 ou 20 kms como no Zimbabwe que convidem o motorista a parar e desentorpercer as pernas agrava o problema. Qualquer camião que avaria, quase que estaciona na faixa de rodagem o que é perigoso para o tráfego em circulação, especialmente para os que vêm a sua trazeira. Foi assim que uma equipa inteira de futebol pereceu quando ia jogar a Beira e o autocarro embateu a trazeira de um camião com troncos avariado na estrada.
Se a N1 tivesse pelo menos 3 faixas de rodagem e bermas de ambos os lados que permitam estacionar um camião-cavalo sem embaraçar o trânsito, como a N4, na secção da Matola-Ressano Garcia, em todo o seu cumprimento, o número de acidentes reduziriam drásticamente.
Mas o melhor seria termos uma N1 com faixas de rodagem completamente separadas, como na África do Sul, Nelispruit-Witbank ou no sentido para Durban, onde a circulação de viaturas não cruza frontalmente.
Urge a construção de uma N1 com faixas de rodagem de sentidos opostos completamente separadas. Que se ponha portagens, se o país não tem dinheiro para a sua construção, que concessione a sua construção a contratos de exploração à empresas similares a TRAC cujo o negócio é investir e explorar estradas. Penso eu de que, a N1 de Marracuene a Pemba, é rentável para atrair esse tipo de investimento.
O que o país não pode é continuar a assistir impávido a morte dos seus cidadãos e pagante de impostos. Da mesma forma que abriu os nossos céus para operações de aeronaves estrangeiras, que concessione a N1, e o dinheiro dos impostos vá para construção de vias de comunicação menos atractivas ao investimento privado.
Não pode o país continuar a fazer teatro, de polícias irem de madrugada amanhã Junta mandar soprar balão ou inspeccionar pneus com as câmaras da TV, e por uns dias. Só falta dizer que a medida de restringir a importação de veículos com mais de 7 anos é também para evitar acidentes.
O que se quer são decisões estratégicas que distribua a vida e a riqueza para todos os moçambicanos, e não só priorizar ponte Maputo-Katembe, Metro Maputo-Matola, e descurar o resto do país.